MELASMA
Apesar de ser uma dermatose clínica e assintomática quase sempre gera impactos negativos na qualidade de vida e na autoestima do paciente.
Mais frequente nas mulheres em fase reprodutiva (entre 20 e 50 anos), é raro o melasma se manifestar antes da puberdade e mais raro ainda em homens (apenas 10% dos pacientes com melasma são do sexo masculino).
A doença costuma aparecer com mais frequência em pessoas de pele mais escura, como as africanas, as árabes, as asiáticas e as hispânicas, bem como as suas descendentes. Esses grupos produzem mais melanina, o que favorece o aparecimento do melasma, por possuírem melanócitos mais ativos.
O que é melasma?
São manchas acastanhadas, variando do claro ao negro, de bordas irregulares, de limites nítidos, reticuladas e simétricas na pele. Os locais mais comuns são:
Face: são os locais mais comuns em que o melasma costuma surgir, principalmente na região das maçãs do rosto, da testa, do lábio superior, no queixo e nas têmporas;
Colo;
Pescoço;
Antebraço.
Sintomas e sinais do melasma
A intensidade da coloração varia de acordo com a quantidade e a profundidade do pigmento acumulado na pele, podendo a mancha ser de tons mais claros ou mais escuros.
Tipos de melasma
O melasma é classificado em três principais tipos. São eles:
Melasma epidérmico
Esse tipo de melasma tem como característica a maior concentração de melanina na camada mais superficial da pele, a epiderme. É um tipo de melasma que responde mais rapidamente ao tratamento.
Melasma dérmico
Nesse caso, a mancha atinge a derme, camada intermediária da pele, localizada entre a epiderme e a hipoderme. Neste tipo de melasma, as manchas podem variar do tom castanho escuro ao azulado, devido à proximidade com os vasos sanguíneos.
Melasma misto
Nesse caso, a concentração de melanina afeta a epiderme e a derme.
Causas do melasma
Apesar de ser muito estudado, ainda existem fatores desconhecidos sobre a etiologia do melasma. Os principais fatores para o desenvolvimento são o fator genético e a exposição solar. Por isso, as lesões surgem com mais frequência após períodos de exposição ao sol.
Existem alguns fatores de risco que podem favorecer o desenvolvimento do melasma. Entre eles, podemos destacar:
Ser do sexo feminino e, em especial, mulheres que estão em idade reprodutiva e possuem tom de pele mais escuro;
Exposição aos raios ultravioleta;
Gravidez: alterações hormonais típicas dessa fase podem estimular a atividade dos melanócitos;
Uso de anticoncepcionais ou de terapia de reposição hormonal.
Diagnóstico do melasma
O diagnóstico do melasma é feito pelo dermatologista e se baseia no exame clínico da pele do paciente. Hábitos de vida são avaliados na consulta, quando o especialista procura saber, por exemplo, se a mulher faz uso de contraceptivos orais, reposição hormonal, se está grávida ou se teve uma gestação, hábitos de exposição ao sol, entre outros.
Só o médico especialista pode diferenciar o melasma de outras doenças inflamatórias que podem provocar hiperpigmentação na pele, seja do rosto ou de outras partes do corpo. Alguns exemplos são: melanoses, sardas, queratose seborreica, dermatite de contato e a doença de Addison.
Melasma tem cura?
O melasma é uma condição crônica, sem cura, que exige tratamento e cuidados com a pele pelo resto da vida. Evitar a fotoexposição desprotegida aos raios ultravioleta e à luz visível, emitidos pela luz do sol, ajuda a manter a doença controlada e a evitar o aparecimento de novas lesões.
Mesmo que os tratamentos clareiem e melhorem a aparência da pele, a doença deve continuar a ser tratada, e os cuidados, mantidos. Assim, evite se expor ao sol entre as 10h e as 16h, use roupas que protejam a pele da exposição ao sol, além de chapéus, bonés e óculos escuros.
Bronzear o corpo também pode piorar o melasma do rosto, então o cuidado deve ser para além da pele da face.
Tratamentos do melasma
São vários os tratamentos que podem ser indicados para o melasma, dependendo do tipo, da localização e da gravidade da lesão. Mas o essencial, independentemente do tratamento escolhido, é a fotoproteção diária, com um protetor com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30, inclusive em dias nublados e chuvosos.
A aplicação de protetor solar com cor é uma boa opção para quem tem melasma. Além de uniformizar a aparência da pele e proteger contra a ação prejudicial dos raios ultravioleta UVB e UVA, a cor funciona como uma segunda barreira de proteção contra os danos causados também pela luz visível (que é uma das principais causadoras dessas manchas).
Para uma fotoproteção adequada, você deve sempre usar duas camadas de protetor solar e ter uma cobertura com cor que seja suficiente para cobrir bem a mancha. Você pode usar duas camadas de protetor sem cor e uma base por cima ou, então, uma camada de protetor sem cor e uma camada de protetor com cor.
É fundamental reaplicar o protetor durante o dia! Em um dia comum de trabalho, em que você passa o tempo todo em local fechado, você deve reaplicar o protetor no mínimo na hora do almoço. Quando estiver em local aberto, reaplique de 2 em 2 horas.
Além da fotoproteção, os tratamentos são:
Cremes: auxiliam na remoção das manchas. Os mais comuns são aqueles à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido azelaico. São a base do tratamento e necessários para a manutenção;
MMP (microinfusão de medicamentos na pele).
Por se tratar de uma doença crônica, o paciente deve ser acompanhado, inicialmente, a cada quatro semanas. Depois, as visitas ao dermatologista podem ser feitas a cada seis meses.
Se você quer saber mais sobre melasma, agende uma consulta com a Dra Marcella Vilhena.
Fontes:
Livro “Tratado de Dermatologia” (Walter Belda Júnior, Nilton Di Chiacchio, Paulo Ricardo Criado)
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Livro “Dermatologia estética” (Maria Paulina Villarejo Kede, Oleg Sabatovich)